Quem será?
Ricardo, acho que é meu pai. Sai lá e diz que não estou aqui.
Mas Carlos...
Por favor. Não quero falar com meu pai.
O som da buzina se repetiu, só que de forma mais prolongada. Meu pai deduzia que eu estava na casa de Ricardo, mas não podia ter certeza, pois não havia dito nada antes de sair.
Vai lá Ricardo, rápido.
Ricardo saiu andando rápido, e meio que olhando para trás discordava da minha atitude. Ao sair pela porta chegando ao quintal se deparou com meu pai já no portão, em pé, olhando pra casa como se estivesse procurando algo, ou melhor, alguém. E é claro que ele estava. Motor do carro ainda ligado e porta semi-aberta.
O Carlos tá aí Ricardo?
Não Seu Marcos, por que?
Porque ele saiu de casa há pouco sem dizer onde ia, entao achei que ele pudesse estar aqui.
Não. Aqui ele não veio. Mas aconteceu alguma coisa pra ele ter saído assim sem avisar?
Não. Nada de mais. Bem, já que ele não está aqui, você sabe onde ele possa estar?
Não. Na verdade não to entendendo muito bem isso. O Carlos nunca fez isso antes.
Eu estou um pouco atrasado pro serviço. Preciso ir. Se o Carlos vir aqui fala pra ele ir pra casa. A mãe dele tá muito preocupada.
E o senhor?
Eu o que?
Não está preocupado?
Um encher e esvaziar de pulmões foi a resposta que Ricardo teve. Ele fechou a porta do carro e quando ia saindo Ricardo gritou.
Se ele aparecer eu dou o recado.
A resposta foi um buzinar de agradecimento. Quando Ricardo ia voltando pra dentro eu já o aguardava ancioso pra saber qual tinha sido o desfecho da conversa. Logo ele me contou tudo...